18/05/2021

A pandemia mudou os hábitos das famílias mundo afora. Com as pessoas ficando mais tempo em suas casas, algumas optaram pela leitura, a prática de exercícios físicos, o empreendedorismo, entre outros. E há aqueles que resolveram inovar e mudar o visual de seus lares. Isso, porém, não pode ser feito simplesmente por um aventureiro. Para um resultado satisfatório, que atenda às necessidades, é preciso que o trabalho seja executado por um profissional. E é aí que entra o arquiteto, com a criação de projetos de interiores, capazes de transformar as ideias dos clientes em realidade, trazendo conforto e bem-estar.

Segundo Renata Fortini, professora do curso de Arquitetura, o projeto de arquitetura de interiores é responsável pela boa vivência com o espaço, seja residencial ou profissional, pois ele leva em consideração os melhores fluxos, posições quanto à insolação e ventilação natural, adequação ergonômica quanto ao usuário, pois cada projeto é único e adequado para a pessoa que o utilizará. “Na residência, ter um ambiente funcional, seguro e esteticamente correto, proporcionará conforto e bem-estar. No trabalho, quando o ambiente é organizado funcionalmente, além do conforto e bem-estar, a produtividade pode ser aumentada. Desta forma, o ambiente é responsável por nossas emoções e interações com o contexto”, salienta Renata.

A professora ressalta que um bom projeto pode beneficiar também a saúde mental e física do ser humano. “O projeto de arquitetura de interiores é fundamental para a saúde física, através do uso correto da ergonomia em seus mobiliários, bem como para a saúde mental. Já há comprovações científicas que demonstram que a ‘psicologia das cores’ influencia no comportamento emocional do ser humano, ou seja, o uso das cores pode influenciar na forma como a pessoa se sente, podem ficar mais alegres, mais deprimidas e até mesmo podem influenciar em pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), por exemplo, em se relacionarem melhor ou pior com sua interação com exterior”, explica.

Outra questão que deve ser levada em conta, de acordo com Renata, é que um ambiente interno quando bem planejado pelo arquiteto pode influenciar consideravelmente na convivência familiar. “Como ela pode acarretar uma alteração em suas emoções, quando bem utilizada é capaz de neutralizar outras negativas que um ambiente desorganizado acarreta. Um local interno com conforto ambiental, fluxo bem pensado, setorizado conforme suas atividades e adequado às suas necessidades, por exemplo, em um home office, tão utilizado agora em época pandêmica, te proporciona, além de uma melhor produtividade, um convívio familiar mais agradável em tempos de adaptação”, diz a professora.

DECORAÇÃO X PROJETO DE INTERIORES

Na hora da mudança de um ambiente, seja residencial ou profissional, é muito comum as pessoas falarem em decoração e projeto de interiores. O que muitos não sabem é que, embora haja uma semelhança, são áreas completamente diferentes. E quem esclarece quais são as diferenças e atribuições desses dois profissionais é a professora Gisele Lima, uma das responsáveis pela disciplina de Projeto de Interiores, do curso de Arquitetura.

“A diferença do projeto de interiores para a decoração é que a decoração trabalha apenas a superfície do local, muda o material de estofado, pinta uma parede, coloca quadro, trabalha superficialmente aquilo. Já o projeto de interiores não, ele é uma coisa mais incisiva. Você entra, abre uma parede, uma janela, tem o aval de quebrar essas paredes para organizar o espaço, pensa o fluxo, é muito mais amplo o aspecto, não visa só a beleza daquele local. O decorador não tem um estudo sobre acústica, sobre temperatura e outros condicionantes físicos que englobam o curso de arquitetura”, explica Gisele.